O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu prorrogar o afastamento de desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) envolvidos em uma investigação sobre suposta venda de sentenças. A medida, sem prazo definido, impede os magistrados de acessar as dependências do tribunal ou contatar servidores. Também foram incluídos na decisão um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado e seu sobrinho, servidor do TJMS.
A operação Ultima Ratio, deflagrada pela Polícia Federal em outubro de 2024, investiga crimes como lavagem de dinheiro, extorsão e organização criminosa. Durante as buscas, foram apreendidos mais de R$ 3 milhões em espécie e armas nas residências de alguns investigados. O afastamento inicial de 180 dias terminou na segunda-feira (21), mas foi renovado um dia depois, após o STF alegar que a Procuradoria-Geral da República ainda não se manifestou sobre o caso.
A investigação, que dura três anos, baseia-se no princípio jurídico de que a Justiça deve ser o último recurso para conter a criminalidade. Além dos magistrados, outros servidores, empresários e advogados estão sendo investigados. A defesa de um dos envolvidos afirmou não ter sido intimada sobre a prorrogação, questionando a decisão. O caso segue sob análise do STF.