O ministro das Comunicações foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal pela Procuradoria-Geral da República sob suspeita de corrupção passiva e outros crimes relacionados ao desvio de emendas parlamentares durante seu mandato como deputado federal. A Polícia Federal apontou indícios de sua participação em uma organização criminosa que teria desviado recursos de obras públicas, incluindo pavimentações financiadas pela Codevasf. O caso, sob relatoria do ministro Flávio Dino, corre em sigilo, e caberá ao STF decidir se aceita a denúncia.
As investigações revelaram supostas irregularidades em obras executadas em um município administrado por familiar do ministro, com emendas indicadas por ele. Mensagens trocadas com um empresário, apreendidas pela PF, sugerem coordenação na destinação de recursos. Relatórios da Controladoria-Geral da União e da PF indicam que propriedades da família do ministro teriam sido beneficiadas. O valor desviado, segundo as apurações, ultrapassaria R$ 800 mil.
Em nota, o ministro afirmou sua inocência e destacou que a denúncia não implica culpa, confiando na rejeição da acusação pelo STF. Seus advogados ressaltaram que os processos de licitação e fiscalização são de responsabilidade do Poder Executivo, não do parlamentar que indica as emendas. O caso, que se arrasta há quase três anos, aguarda agora a decisão da mais alta corte do país.