O ministro da Previdência Social afirmou, em audiência na Câmara dos Deputados, que o INSS não deveria intermediar a relação entre associações de aposentados e seus beneficiários. Segundo ele, cabe aos trabalhadores e às associações resolverem questões como descontos e pagamentos diretamente, sem envolvimento do governo. O ministro destacou que o INSS já tem demandas suficientes e que a prática atual acaba sendo mais cômoda para as entidades do que para o instituto.
Durante a audiência, que durou cinco horas, o ministro negou omissão em relação a denúncias de descontos não autorizados em aposentadorias, problema que, segundo ele, persiste há anos. Documentos revelaram que o tema foi discutido em reuniões do Conselho Nacional de Previdência Social desde 2023, mas só entrou na pauta de ações em 2024. O ministro afirmou que agiu dentro do prazo necessário para investigar e combater as fraudes.
A discussão ocorre em um contexto de crescente pressão sobre a gestão da Previdência, com críticas à demora no enfrentamento de irregularidades. O ministro reforçou que a responsabilidade pela relação entre aposentados e associações deve ser direta, sem interferência governamental, e defendeu maior autonomia nas negociações entre as partes.