O ministro da Previdência Social afirmou ser contra a prática de descontar mensalidades associativas diretamente dos benefícios pagos pelo INSS, mesmo quando autorizadas pelos aposentados e pensionistas. Para ele, o instituto não deveria atuar como intermediário nessa relação, sugerindo que as entidades cobrem seus associados diretamente, por meio de boletos ou PIX. A declaração foi feita durante uma reunião na Câmara dos Deputados, em meio a investigações sobre descontos não autorizados em benefícios previdenciários.
Operações recentes da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União revelaram irregularidades em parte dos R$ 6,3 bilhões movimentados por essas cobranças entre 2019 e 2024. Auditorias do INSS e da CGU também identificaram inconsistências, incluindo pedidos de cancelamento de cobranças não autorizadas, que superaram 1,1 milhão entre 2023 e 2024. Os valores descontados cresceram significativamente nos últimos anos, atingindo R$ 2,8 bilhões em 2024.
O ministro reiterou que o governo não deve interferir na relação entre aposentados e associações, posição que já havia defendido antes do escândalo vir à tona. Ele criticou a decisão de atribuir ao INSS a tarefa de administrar os descontos, destacando que o instituto já tem demandas suficientes. O debate ocorre em um contexto de aumento nas reclamações e na fiscalização sobre o tema.