O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliou, em entrevista à The New Yorker, o uso das redes sociais pela extrema direita como uma forma de “populismo extremista digital”. Ele destacou que as plataformas, inicialmente desenvolvidas para fins econômicos, foram redirecionadas para mobilização política, facilitando a disseminação de discursos antidemocráticos. O magistrado comparou o potencial de influência dessas ferramentas ao poder de propaganda histórica, sugerindo que, se estivessem disponíveis no passado, poderiam ter amplificado regimes autoritários.
O ministro também abordou as estratégias da extrema direita para descredibilizar instituições democráticas, como alegações de fraude eleitoral, sem se opor abertamente à democracia. Citando exemplos no Brasil e nos Estados Unidos, ele afirmou que esse “populismo altamente estruturado” ainda desafia as defesas democráticas. Além disso, comentou a suspensão de uma rede social no país por descumprir decisões judiciais, reforçando a necessidade de obedecer às leis locais.
Sobre os eventos de 8 de janeiro de 2023, o magistrado reconheceu o risco de ruptura democrática na época, que ainda persiste. Evitou detalhar possíveis envolvimentos específicos, por ser relator do caso, mas destacou a manipulação de termos como “liberdade” para justificar ações antidemocráticas. A entrevista enfatizou a importância de combater narrativas que buscam minar a confiança nos sistemas eleitorais.