A ministra do Planejamento, Simone Tebet, avaliou que o aumento de tarifas imposto pelo governo dos Estados Unidos pode abrir oportunidades para o Brasil fortalecer acordos comerciais com outros parceiros, como China e Europa. Em entrevista, ela descartou um risco iminente de recessão no país devido às medidas, afirmando que a crise pode ser convertida em uma “janela de oportunidades” para reposicionar o Brasil no cenário global. Tebet destacou que, embora as tarifas afetem setores como aço e alumínio, o momento pode ser estratégico para diversificar mercados.
O governo brasileiro ainda mantém expectativas de renegociar termos com os EUA, especialmente sobre cotas de exportação, e planeja enviar uma comitiva comercial a Washington ainda neste mês. Segundo a ministra, houve sinais de abertura por parte do governo norte-americano para dialogar com países que têm déficit comercial com os EUA, como o Brasil. Apesar das tarifas serem menores para a América do Sul (10%), o anúncio gerou instabilidade nos mercados globais, com quedas nas bolsas refletindo temores de uma guerra comercial ampliada.
Enquanto isso, autoridades como o governador de São Paulo também enxergam nas tarifas um potencial catalisador para avançar em acordos, como o entre Mercosul e União Europeia. Economistas, no entanto, alertam para a volatilidade e os possíveis impactos no consumo e investimentos, que podem afetar o crescimento econômico no curto prazo. O cenário exige cautela, mas o Brasil busca alternativas para minimizar os efeitos negativos e explorar novas frentes de comércio exterior.