As comissões de Cultura e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara marcaram para a próxima quarta-feira, 30, a audiência com a ministra da Cultura. Os parlamentares buscam explicações sobre os R$ 640 mil em cachês pagos por prefeituras por apresentações no carnaval, além do uso político dos escritórios estaduais da pasta, revelado em reportagens. A sessão, inicialmente prevista para abril, foi adiada sem justificativa clara, mas a presença da ministra foi confirmada.
Reportagens anteriores mostraram que os escritórios estaduais do ministério foram ocupados por filiados a partidos políticos, com influência na escolha de ONGs que compõem comitês culturais — responsáveis por repasses de R$ 58,8 milhões entre 2025 e 2026. Embora o ministério afirme que a seleção prioriza experiência no setor, áudios revelaram que os comitês foram usados para eleger aliados em 2024, com peças de campanha divulgadas em um dos estados.
Sobre os cachês, a Comissão de Ética Pública havia proibido apresentações remuneradas com verbas públicas federais, mas liberou pagamentos por estados e municípios. A ministra consultou novamente o colegiado antes do carnaval, que manteve a permissão para recursos não federais. O líder da oposição na Câmara questiona se houve conflito de interesses nas contratações, destacando a necessidade de transparência na separação entre a figura pública e a artística. As informações foram confirmadas por veículos de imprensa.