A ministra das Relações Institucionais classificou como “absurdo” e “contradição profunda” o apoio de deputados da base governista ao projeto que concede anistia a condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Ela afirmou que a proposta representa uma afronta ao Judiciário e à democracia, destacando que a urgência deveria ser destinada a projetos que beneficiem a população, e não a “garantir impunidade” a envolvidos em tentativas de golpe. A declaração ocorreu após o pedido de urgência para o projeto, que reuniu assinaturas majoritárias de partidos do Centrão, aliados do governo.
A polêmica ganhou força após a ministra sugerir, em falas anteriores, que o Congresso poderia mediar questões relacionadas às penas dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, o que gerou críticas de magistrados do STF. Ela depois esclareceu que revisão de penas é competência do Judiciário, mas defendeu que o Legislativo pode dialogar sobre o tema. Enquanto isso, o presidente da Câmara afirmou que decisões devem ser tomadas em conjunto com os líderes partidários, evitando pautas que desrespeitem as instituições.
O impasse sobre o projeto de anistia pressiona o governo e o STF, com aliados do presidente da Câmara defendendo que o Planalto e a Corte assumam maior responsabilidade na negociação. A proposta, que desagrada tanto o Executivo quanto o Judiciário, aguarda na fila de votações, enquanto se busca uma solução que minimize os danos políticos e institucionais. A discussão reflete a tensão entre os Poderes e o desafio de equilibrar justiça e estabilidade democrática.