A ministra das Finanças britânica destacou que os laços comerciais do Reino Unido com a União Europeia são mais relevantes do que os com os Estados Unidos, especialmente em um cenário de tensões globais sobre tarifas. Em entrevista à BBC, ela enfatizou a necessidade de reconstruir a confiança com o bloco europeu, citando uma cúpula prevista para o próximo mês como parte desse esforço. Reuniões recentes com representantes de França, Alemanha e outros países sinalizam uma reaproximação pragmática, com o Reino Unido buscando oferecer estabilidade política e econômica em meio à turbulência internacional.
Sobre as tarifas de 10% impostas pelos EUA a produtos britânicos, como aço e automóveis, a ministra reconheceu o mandato do governo americano para adotar tais medidas, mas defendeu uma abordagem equilibrada para reduzir barreiras comerciais. Ela argumentou que o comércio bilateral já é equilibrado e que as ações dos EUA são desnecessárias. Apesar disso, admitiu preocupações americanas com superávits comerciais de outros países, que podem levar à perda de empregos.
A ministra também abordou seu conceito de “securomics” – uma economia segura e resiliente – para justificar intervenções governamentais, como a estatização da British Steel. Segundo ela, o Reino Unido não poderia ser o único país do G7 sem capacidade de produzir aço virgem. Sobre o clima global, descreveu as reuniões do G7 como tensas, mas defendeu o diálogo para evitar uma escalada tarifária, alinhando-se à visão das empresas britânicas de que acordos, e não retaliações, são o caminho ideal.