Um levantamento com base em dados do Portal da Transparência revelou que os descontos ilegais em benefícios do INSS continuaram a aumentar mesmo após alertas iniciais em junho de 2023, atingindo mais de R$ 300 milhões no início de 2025. A Polícia Federal identificou indícios de envolvimento de servidores do órgão em um esquema de fraudes, enquanto o ministro da Previdência, Carlos Lupi, admitiu que a apuração foi lenta, mas negou omissão. Uma instrução normativa suspendeu novos descontos por seis meses, mas a medida durou menos de dois, e a retomada dos descontos coincidiu com o crescimento das irregularidades.
A auditoria interna do INSS mostrou que a investigação só foi iniciada em maio de 2024, quase um ano após as primeiras denúncias, e apontou a liberação irregular de descontos em mais de 34 mil aposentadorias. A decisão, contrariando regras internas, foi tomada a pedido de uma confederação agrícola e teve parecer favorável de um ex-procurador do órgão. A Polícia Federal investiga um esquema que envolvia pagamento de propinas a servidores, com indícios de enriquecimento ilícito.
O ministro afirmou que a demora se deveu à lentidão dos processos administrativos, mas destacou que medidas foram tomadas, como a demissão de um ex-diretor do INSS. As defesas dos envolvidos alegaram não ter acesso aos autos do caso. O governo promete devolver valores descontados irregularmente, enquanto as investigações continuam para apurar a extensão das fraudes e responsabilizar os envolvidos.