O Ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu uma nota criticando a decisão dos Estados Unidos de impor uma tarifa adicional de 10% sobre todas as exportações brasileiras para o mercado norte-americano. A medida foi classificada como unilateral, injusta e desequilibrada, violando os compromissos dos EUA na Organização Mundial do Comércio (OMC). O governo brasileiro destacou que os Estados Unidos já mantêm um superávit comercial expressivo com o Brasil, acumulando US$ 410 bilhões em 15 anos, o que invalida o argumento de reciprocidade usado para justificar as tarifas.
O Brasil anunciou que está avaliando possíveis reações, incluindo consultas ao setor privado, ações diplomáticas e até medidas legais na OMC. O projeto de Lei da Reciprocidade Econômica, aprovado pelo Congresso, foi citado como um instrumento importante para eventual retaliação. Paralelamente, autoridades brasileiras mantêm negociações com representantes do governo norte-americano, buscando alternativas para evitar escaladas no conflito comercial.
Diplomatas ouvidos pela reportagem indicam que, apesar das tensões, ainda há espaço para diálogo com os EUA. No entanto, o governo brasileiro não descarta recorrer à OMC ou adotar medidas de retaliação caso as negociações não avancem. A situação é delicada, pois a OMC enfrenta limitações operacionais, incluindo a falta de juízes em seu órgão de solução de controvérsias. Enquanto isso, o Brasil busca equilibrar a defesa de seus interesses comerciais com a manutenção de relações diplomáticas estáveis.