Os preços futuros do minério de ferro apresentaram movimentos contrastantes nesta terça-feira, refletindo a cautela dos investidores diante das novas tarifas temporárias impostas pela Índia sobre importações de aço chinês e a demanda robusta da China no curto prazo. Na Bolsa de Dalian, o contrato para setembro subiu 0,21%, atingindo 711 iuanes por tonelada, enquanto o minério de ferro na Bolsa de Cingapura recuou 0,87%, para US$ 98,50. Analistas destacam que as medidas protecionistas podem pressionar as exportações de aço e, consequentemente, afetar a demanda por minério no segundo trimestre.
Apesar das incertezas comerciais, a produção chinesa de aço cresceu 4,6% em março, alcançando 93 milhões de toneladas, mesmo com as políticas governamentais para reduzir a capacidade do setor. Segundo o ANZ, as usinas siderúrgicas mantiveram compras firmes de minério de ferro, enquanto as importações diminuíram, levando a uma queda acentuada nos estoques. Dados da Steelhome mostram que os inventários nos portos chineses recuaram 2,39% na semana até 18 de abril, para 134,6 milhões de toneladas.
Do lado da oferta, os embarques de minério de ferro da Austrália e do Brasil registraram leve alta de 0,1% na semana, conforme a consultoria Mysteel. O cenário permanece equilibrado, com traders monitorando de perto os desdobramentos das tarifas e os sinais de demanda da China, principal consumidor global da commodity. A tensão comercial entre Pequim e Washington também segue no radar, após acusações de abuso de medidas protecionistas.