Duas funcionárias da Microsoft foram demitiadas após interromperem um evento de comemoração dos 50 anos da empresa para protestar contra uma parceria com o Exército israelense. Durante o discurso de um executivo, uma das profissionais o confrontou, acusando a empresa de lucrar com a guerra e contribuir para o conflito na região. A Microsoft afirmou, em comunicado, que valoriza a liberdade de expressão, mas exige que as manifestações não interfiram nos negócios, classificando a conduta das funcionárias como “agressiva e perturbadora”.
A demissão ocorreu após as funcionárias alegarem que a Microsoft fornece tecnologia de inteligência artificial para operações militares em Gaza e no Líbano, citando relatórios que vinculam a empresa a programas de seleção de alvos. Uma delas foi retirada do local por seguranças após jogar um cachecol simbólico no palco e repetir acusações de cumplicidade em violações de direitos humanos. A empresa respondeu que as colaboradoras poderiam ter expressado suas preocupações por canais internos, sem interromper o evento.
Este não é o primeiro protesto envolvendo a Microsoft e seus contratos com Israel. Em fevereiro, cinco funcionários foram removidos de uma reunião por manifestarem posição semelhante. A Associated Press revelou, anteriormente, que modelos de IA da empresa foram usados em operações militares israelenses. As demissões reacenderam o debate sobre o papel das big techs em conflitos globais e os limites da liberdade de expressão dentro das corporações.