Os hospitais da rede municipal do Rio de Janeiro registraram um aumento de 702% no atendimento a pacientes envolvidos em acidentes com veículos de micromobilidade, como patinetes elétricos e ciclomotores, entre 2023 e 2024. O salto foi de 274 para 2.199 ocorrências, segundo dados da Comissão de Segurança no Ciclismo do RJ. Especialistas atribuem o crescimento à popularização desses veículos e à falta de fiscalização, agravada pela demora na regulamentação municipal das regras estabelecidas pela Resolução 996 do Contran, que definiu categorias e normas para esses transportes.
Apesar dos riscos, a micromobilidade traz benefícios, como redução de emissões de carbono e alívio no trânsito, segundo o Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento. No entanto, a ausência de campanhas educativas e de sinalização clara nas vias contribui para a imprudência. Hospitais particulares também reportaram aumento de 50% nos atendimentos, com casos graves como traumatismos cranianos e medulares.
Enquanto a Prefeitura do Rio aguarda a regulamentação de um projeto de lei aprovado em junho para aplicar multas, vereadores e empresas defendem maior conscientização dos usuários. Iniciativas como faixas exclusivas e treinamentos são sugeridas, mas a fiscalização segue insuficiente. Pedestres e ciclistas reclamam da falta de controle, especialmente em áreas de lazer, onde crianças e condutores em alta velocidade são comuns.