Pesquisadores da Universidade Estadual de Michigan identificaram um novo grupo de bactérias, chamado CSP1-3, que habita camadas profundas do solo, a até 22 metros de profundidade. Publicado em 7 de abril de 2025, o estudo revela que esses micro-organismos estão longe de estar inativos, como se pensava, e desempenham funções cruciais na purificação da água e na reciclagem de nutrientes. Liderada pelo microbiologista James Tiedje, a pesquisa mostrou que as CSP1-3 podem representar metade das comunidades microbianas em solos profundos, metabolizando gases como monóxido de carbono e hidrogênio para sobreviver em ambientes com poucos nutrientes.
Os testes, realizados em solos dos Estados Unidos e da China, indicam que essas bactérias têm distribuição global e ajudam a proteger lençóis freáticos ao processar substâncias tóxicas antes que contaminem a água subterrânea. Análises genéticas sugerem que seus ancestrais viviam em fontes termais de água doce, migrando gradualmente para camadas mais profundas do solo. Essa adaptação permitiu que prosperassem em condições extremas, onde outros organismos não sobrevivem.
A descoberta abre caminho para aplicações práticas, como o tratamento de águas subterrâneas e a recuperação de solos agrícolas degradados. Além disso, as CSP1-3 podem influenciar o equilíbrio de gases na atmosfera, impactando processos relacionados às mudanças climáticas. Os pesquisadores destacam o potencial desses micro-organismos para soluções ambientais sustentáveis, embora mais estudos sejam necessários para explorar plenamente suas capacidades.