Uma startup cofundada por uma executiva brasileira e um engenheiro francês está desenvolvendo micro robôs do tamanho de um grão de arroz para transformar o tratamento de doenças neurodegenerativas, como Parkinson e Alzheimer, além de realizar biópsias com precisão. A empresa, chamada Robeauté, foi impulsionada pela experiência pessoal do cofundador, cuja mãe faleceu devido a um tumor cerebral inoperável. Com a colaboração de cerca de 70 especialistas em neurologia, a equipe trabalha para lançar os dispositivos até 2030, com testes clínicos em humanos previstos para começar no próximo ano.
O micro robô, com apenas 1,8 milímetros de diâmetro, é composto por um transportador equipado com um micromotor e uma extensão, permitindo navegação não-linear pelo cérebro. Inserido através de uma pequena incisão, o dispositivo segue trajetórias pré-definidas por cirurgiões, podendo ser controlado manualmente se necessário. Além de administrar medicamentos com precisão, o robô também realiza biópsias, solucionando limitações atuais como a rigidez de agulhas e a dificuldade de penetração da barreira hematoencefálica.
Os testes pré-clínicos estão sendo conduzidos em grandes centros médicos, como o hospital Pitié La Salpetrière, em Paris, e em instituições nos EUA. A tecnologia visa diagnosticar, tratar e monitorar doenças cerebrais de forma minimamente invasiva, representando um avanço significativo na neurocirurgia. Se bem-sucedida, a inovação poderá aumentar a eficácia de tratamentos e melhorar a qualidade de vida de pacientes com condições neurológicas complexas.