Os países do Mercosul tiveram reações divergentes após o anúncio de tarifas adicionais de 10% sobre exportações para os Estados Unidos, medida implementada pelo governo norte-americano. Enquanto Brasil e Uruguai defenderam a continuação das negociações e expressaram preocupação com possíveis prejuízos comerciais, Argentina e Paraguai viram a taxa como um resultado favorável, já que ficou abaixo dos valores aplicados a outros blocos, como União Europeia e China. O Brasil destacou que as tarifas violam acordos da Organização Mundial do Comércio (OMC) e avalia recorrer ao órgão, enquanto a Argentina afirmou estar ajustando suas políticas para atender às demandas dos EUA.
O governo brasileiro emitiu uma nota conjunta alertando para os impactos negativos nas exportações, já que os Estados Unidos são seu segundo maior parceiro comercial. Por outro lado, a Argentina enviou seu chanceler a Washington para discutir os termos das novas medidas, afirmando que as adaptações necessárias já estão em andamento. O Uruguai, por sua vez, defendeu uma abordagem diplomática cautelosa, enfatizando a importância do diálogo para minimizar os efeitos da decisão.
O Paraguai considerou a tarifa de 10% uma vantagem relativa, já que outros países enfrentaram aumentos maiores. O presidente paraguaio destacou que, embora haja impacto global, a medida afeta cada nação de forma diferente. Especialistas sugerem que o Brasil obteve um resultado menos severo do que o esperado, mas recomendam que retaliações só sejam consideradas caso as negociações diplomáticas fracassem. O episódio evidencia as distintas estratégias adotadas pelos membros do Mercosul diante de medidas protecionistas.