Os mercados globais reagiram às novas tarifas impostas pelo governo dos EUA, com gestores discutindo os possíveis efeitos de uma recessão internacional e como a Bolsa brasileira poderia ser afetada. Durante um fórum promovido pelo Bradesco BBI, especialistas destacaram que o Brasil está relativamente melhor posicionado devido a sua economia mais fechada e alíquotas menores, mas alertaram que o país não está imune a um eventual abalo na atividade norte-americana. André Lion, da Ibiuna Investimentos, comparou o cenário a “movimentos de placas tectônicas”, enfatizando a incerteza sobre os desdobramentos.
Apesar do cenário interno aquecido, mesmo com juros elevados, há preocupação com os canais indiretos de contágio, principalmente via China. Leonardo Linhares, da SPX, estimou que as chances de recessão nos EUA são inferiores a 50%, mas destacou que 38% do Ibovespa está ligado a commodities ou ao dólar, o que torna o Brasil vulnerável a choques externos. O risco de uma desaceleração global, especialmente se a demanda chinesa for impactada, preocupa os investidores.
Enquanto alguns analistas veem o país como um refúgio relativo, outros alertam que a interdependência econômica limitará qualquer isolamento. O debate reflete a complexidade do momento, com medidas protecionistas nos EUA e respostas estratégicas da China, criando um ambiente volátil para as economias emergentes, incluindo o Brasil.