Os juros no mercado financeiro fecharam em queda, impulsionados pelo aumento do apetite por risco no exterior e pelo enfraquecimento do dólar. O otimismo surgiu após a Casa Branca sinalizar abertura para um possível acordo entre EUA e China, mesmo sem confirmação de negociações diretas. A curva de juros perdeu inclinação, com as taxas longas recuando mais que as curtas, reflexo da menor percepção de risco e do maior fluxo de investidores estrangeiros.
Na semana, porém, as taxas ainda registraram alta, especialmente nos prazos mais longos, influenciados pelo cenário externo volátil. A indicação de que os EUA mantêm disposição para um acordo amenizou o impacto da decisão da China de elevar tarifas sobre importações americanas. Especialistas destacam que, apesar da volatilidade, a perspectiva de um entendimento entre as duas economias reduz a incerteza e alivia a pressão sobre os juros.
A ponta curta da curva, ligada às expectativas de política monetária, cedeu menos, refletindo dados econômicos mistos. O IPCA de março desacelerou, mas superou estimativas, enquanto o IBC-Br de fevereiro veio acima do esperado. Analistas avaliam que, mesmo com turbulências externas, o cenário interno ainda não permite expectativas de afrouxamento monetário pelo Banco Central.