Analistas consultados pela Secretaria de Política Econômica (SPE) projetam um déficit primário de R$ 73,657 bilhões para 2025, valor abaixo da estimativa de março (R$ 75,09 bilhões), mas ainda longe da meta neutra (0% do PIB) estabelecida pelo governo. O relatório Prisma Fiscal de abril também revisou as projeções para 2026, com expectativa de déficit de R$ 78,157 bilhões, ante R$ 79,5 bilhões previstos anteriormente. Apesar das melhorias, o cenário permanece desafiador, já que o governo esperava superávit a partir de 2025 sob o novo arcabouço fiscal.
O PLDO de 2025 alterou a meta original, que previa superávit de 0,5% do PIB, para um resultado neutro neste ano, com perspectivas de superávit apenas em 2026 (0,25% do PIB). As regras fiscais atuais limitam o crescimento das despesas a 70% do aumento da receita, dentro de uma faixa de 0,6% a 2,5% acima da inflação. Quanto às receitas, as projeções para 2025 se mantiveram estáveis (R$ 2,850 trilhões), enquanto as de 2026 recuaram levemente (R$ 3,028 trilhões).
A dívida bruta do governo geral (DBGG) também teve revisões: em 2025, a estimativa caiu de 80,73% para 80,50% do PIB, e em 2026, de 84,89% para 84,55%. Contudo, esses valores ainda superam as projeções iniciais do Tesouro, que esperava 77,9% do PIB em 2025 e 79,1% em 2026. O relatório destaca a complexidade do ajuste fiscal, com gastos em alta e receitas sob pressão, mantendo incertezas sobre o cumprimento das metas no médio prazo.