O mercado esperava que o governo dos Estados Unidos anunciasse medidas para mitigar o impacto das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump, que causaram turbulência nas bolsas globais na quinta e sexta-feira. No entanto, não houve sinal de recuo, conforme destacou um estrategista-chefe da XP em análise no programa Morning Call. Alguns analistas ainda acreditavam que as tarifas, que entram em vigor em 9 de abril, poderiam ser revisadas ou canceladas, especialmente diante do risco de recessão global, mas o Secretário do Tesouro afirmou publicamente que não há motivos para rever a decisão.
O estrategista observou que parte do mercado ainda não precificou totalmente a implementação das tarifas, o que pode levar a quedas adicionais nos preços dos ativos. Ele ressaltou que o cenário de recessão já começa a ser refletido nos preços, com empresas e consumidores adotando posturas mais cautelosas devido ao aumento nos custos de produtos. Em um contexto de recessão nos EUA, as bolsas poderiam cair em média 30%, e desde o pico de fevereiro, a queda já atingiu 20%.
Além disso, o Federal Reserve (Fed) tem sido pressionado a agir, mas seu presidente, Jerome Powell, demonstrou pouca urgência em reduzir juros, mesmo com a inflação acima da meta nos EUA. O mercado já precifica cortes mais acentuados nas taxas de juros, mas a incerteza persiste. Enquanto isso, o impacto inflacionário das tarifas e a desaceleração econômica continuam a preocupar investidores, mantendo o cenário de volatilidade no mercado global.