O mercado de capitais brasileiro registrou um novo recorde no primeiro trimestre, movimentando R$ 152,3 bilhões, um crescimento de 12% em relação ao mesmo período de 2024. Segundo a Anbima, a renda fixa foi a principal responsável pelo desempenho, com R$ 142,6 bilhões em captações, um aumento de 20% em 12 meses. Já o mercado de ações teve apenas uma operação significativa, da Caixa Seguridade, que levantou R$ 1,2 bilhão. O período foi considerado o melhor da série histórica para o primeiro trimestre, reforçando as expectativas para um ano promissor.
As debêntures se destacaram, atingindo R$ 103,8 bilhões em captações, um salto em comparação aos R$ 72 bilhões em 2024 e o triplo do valor de 2023. Desse total, 45% foram debêntures de infraestrutura, que oferecem isenção de imposto de renda aos investidores. O prazo médio desses títulos também aumentou, chegando a 10,2 anos no geral e 16,4 anos para as incentivadas, um patamar comparável a mercados desenvolvidos. A infraestrutura foi o principal destino dos recursos captados, representando 42% do total, seguido por pagamento de dívidas (21%) e caixa (19%).
Em contraste, os certificados de recebíveis agrícolas (CRA) e imobiliários (CRI) tiveram queda nas captações, influenciados pelos juros altos. Os CRIs recuaram 32%, para R$ 11 bilhões, e os CRAs caíram 50%, para R$ 5,9 bilhões. Por outro lado, as notas comerciais dobraram de volume, alcançando R$ 6,78 bilhões. O cenário reforça a tendência de diversificação no mercado de capitais, com a renda fixa e as debêntures continuando a liderar o crescimento.