Desde 2020, o mercado brasileiro tem enfrentado dificuldades, com ativos desvalorizados e um cenário macroeconômico desafiador. Em 2022 e 2023, houve expectativas de melhora, com a inflação atingindo seu pico e a possibilidade de cortes na taxa de juros. No entanto, 2024 trouxe um choque de realidade, com piora no discurso fiscal, política monetária restritiva nos EUA e queda acentuada do Ibovespa em dólares. Apesar disso, há indícios de que o ponto de inflexão pode estar próximo, baseado na lógica cíclica dos mercados e na correção natural de excessos.
O texto argumenta que o Brasil possui mecanismos de autocorreção, onde situações extremas tendem a gerar reações contrárias. Em um ambiente de juros altos, o capital se torna mais seletivo, levando a ajustes em setores como imobiliário e crédito, enquanto a pressão política e social pode forçar mudanças em Brasília. Howard Marks, da Oaktree, reforça que os ciclos se autorregulam, criando oportunidades para investidores com visão de longo prazo, especialmente quando o pessimismo generalizado subvaloriza bons ativos.
O autor defende uma postura mais agressiva, mas cautelosa, diante das oportunidades no mercado brasileiro. Embora reconheça os riscos—como a incerteza global e a falta de precedentes de um Brasil prosperando em um cenário internacional frágil—, ele enxerga assimetria positiva em valuations atraentes e no desânimo generalizado dos investidores. A diversificação e a prudência são essenciais, mas o momento pode ser favorável para quem está disposto a assumir riscos calculados.