Há 80 anos, o Brasil marcou sua participação na Segunda Guerra Mundial com a Força Expedicionária Brasileira (FEB), que lutou na Itália contra o nazifascismo. O texto relembra as conquistas dos pracinhas, como a tomada de Monte Castelo e a libertação de Montese, destacando a operação Encore em abril de 1945. A gratidão dos italianos persiste até hoje, com celebrações anuais e homenagens emocionadas, como crianças cantando o hino da FEB em português. No entanto, apesar do heroísmo, a memória desses soldados foi gradualmente negligenciada no próprio país que defenderam.
A narrativa pessoal do autor evoca a figura do Tio Laurindo, um veterano da FEB que compartilhava histórias detalhadas de sua experiência na guerra. Sua presença em desfiles cívicos, mesmo após perder parte do braço em um acidente, simbolizava a resistência e o orgulho dos pracinhas. No entanto, o texto critica o esquecimento desses heróis pelas autoridades, contrastando com a reverência que ainda recebem na Itália. Além disso, menciona como o nome “Laurindo” foi celebrado em sambas da época, refletindo a cultura popular, mas também gerando controvérsias, como a insatisfação de um general com o apelido dado a seu batalhão.
O texto encerra com uma reflexão amarga sobre o desprezo do Brasil por sua própria história. Enquanto os pracinhas são homenageados no exterior, no país que defenderam, sua memória foi apagada até mesmo nas comemorações cívicas. A falta de reconhecimento contrasta com o sacrifício de milhares de soldados, muitos dos quais retornaram feridos ou não retornaram. A mensagem é clara: o Brasil falhou em honrar aqueles que arriscaram suas vidas por sua liberdade e dignidade.