O governo dos EUA anunciou a redução de taxas portuárias que seriam aplicadas a navios construídos na China, revisando uma proposta inicial que previa cobranças de até US$ 1,5 milhão por escala. A medida busca proteger exportadores e armadores que operam em regiões como os Grandes Lagos e o Caribe, ao mesmo tempo em que visa fortalecer a construção naval americana e conter a influência marítima chinesa. A versão final, publicada no Diário Oficial dos EUA, limita a cobrança a uma taxa por viagem, com máximo de seis por ano, e isenta embarcações que chegam vazias para carregar produtos a granel, como carvão e grãos.
A decisão ocorre após um ano de investigação sobre práticas comerciais da China no setor marítimo, acusada de usar políticas desleais para dominar o mercado global. A revisão foi influenciada por forte oposição de empresas do setor, que alertaram sobre os impactos negativos nas cadeias de suprimentos e nos consumidores americanos. Operadoras de navios, como MSC e Maersk, argumentaram que as taxas acumulativas poderiam elevar custos e reduzir a competitividade dos produtos dos EUA no exterior.
A implementação das novas regras começará em seis meses, com valores diferenciados para navios graneleiros e porta-contêineres. Paralelamente, o governo dos EUA discute a aplicação de tarifas de 100% sobre guindastes portuários e equipamentos relacionados, dominados pela China. Uma audiência pública está marcada para maio para debater essas medidas, que refletem a tensão comercial entre as duas potências.