O governo dos Estados Unidos anunciou a implementação de tarifas recíprocas sobre importações de mais de 180 países e regiões, incluindo o Brasil, com alíquotas mínimas de 10%. A medida, que entrou em vigor no sábado (5), tem como alvo principais parceiros comerciais, como China, União Europeia, Coreia do Sul e Japão, com taxas que variam de 20% a 34%. O objetivo declarado é fortalecer a indústria nacional, reduzir o déficit comercial e servir como instrumento de barganha em negociações internacionais. No entanto, especialistas alertam para possíveis efeitos negativos, como pressão inflacionária e desaceleração econômica.
Entre os argumentos a favor das tarifas, destacam-se o estímulo à produção local, a potencial arrecadação de impostos e a redução da dependência de produtos estrangeiros. Por outro lado, críticos apontam riscos como o encarecimento de insumos, a possível falta de capacidade das empresas norte-americanas em suprir a demanda e o impacto negativo no comércio global. Além disso, a medida pode pressionar o Federal Reserve a manter juros elevados, afetando não apenas a economia dos EUA, mas também a de outros países, como o Brasil, que sofre com a volatilidade cambial.
O anúncio das tarifas, batizado de “Dia da Libertação” pelo governo norte-americano, foi recebido com ceticismo por parte de analistas e mercados. No dia seguinte à divulgação, bolsas nos EUA, Europa e Ásia registraram quedas, refletindo a preocupação com os possíveis efeitos recessivos da medida. Enquanto isso, mais de 50 países já buscaram negociar com a Casa Branca, indicando que a disputa comercial pode se prolongar e influenciar a economia global nos próximos meses.