Um médico que atuava no Hospital Kamal Adwan, no norte da Faixa de Gaza, está sendo mantido em condições desumanas e submetido a intimidação física e psicológica, segundo sua advogada. O profissional, que ganhou destaque por relatar a situação crítica do hospital durante o conflito, foi preso em dezembro de 2024 após forças israelenses invadirem o local, acusando-o de ligações com um grupo armado. A defesa alega que ele sofreu tortura e pressão para confessar crimes não cometidos, sem acesso adequado a atendimento médico ou ao processo judicial.
O caso ocorre em meio a denúncias de maus-tratos sistemáticos em prisões israelenses, onde detidos são classificados como “combatentes ilegais” sob uma lei ampliada após o início da guerra. Organizações de direitos humanos e figuras públicas pediram sua libertação, destacando o deterioro de sua saúde, incluindo fraturas e perda de peso significativa. A advogada relatou que ele nega as acusações e afirma ter agido apenas por dever profissional e humanitário.
Desde outubro de 2023, milhares de residentes de Gaza foram detidos por Israel, muitos sem acusação formal ou acesso a defesa. Restrições a visitas de advogados e a falta de transparência nos processos têm sido criticadas por entidades internacionais. O médico permanece sob custódia, enquanto o Exército israelense não comentou as alegações, deixando questões sobre o tratamento dado aos detidos durante o conflito.