Um médico condenado a 14 anos e 4 meses de prisão por estupro de vulnerável foi homenageado em um evento na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) no final de março. A homenagem foi organizada por uma associação que afirmou não ter conhecimento da condenação antes da cerimônia. O caso, julgado em duas instâncias, envolveu o abuso de uma criança de 9 anos, com provas como gravações em que o acusado admitiu o crime.
A Justiça paulista confirmou a condenação, reduzindo a pena inicial de 16 anos e 4 meses após recurso. O Conselho Regional de Medicina (Cremesp) não se manifestou sobre o status atual do registro profissional do médico, que segue ativo. A Alesp destacou que o evento foi de responsabilidade da associação organizadora e que a medalha concedida não faz parte das honrarias oficiais do Legislativo.
Após a repercussão, o Ministério Público solicitou a apreensão do passaporte do condenado, devido a rumores de uma possível viagem ao Japão sob pretexto de receber outra homenagem. A Polícia Federal já havia apreendido o documento em 2022, mas há preocupações sobre a possibilidade de o médico deixar o país com outros documentos. A associação responsável pelo evento anunciou a abertura de um procedimento interno para avaliar a cassação da honraria.