Um surto de sarampo no Texas, que começou no final de janeiro, continua a se expandir, com quase 500 casos confirmados apenas no estado e possíveis transmissões para Novo México, Oklahoma, Kansas e México. A doença já causou a morte de três pessoas, incluindo duas crianças não vacinadas, levantando preocupações sobre a queda nas taxas de vacinação e a eficácia da resposta de saúde pública. Autoridades destacam que a vacina tríplice viral (MMR) é a forma mais eficaz de prevenção, com 97% de eficácia após duas doses, mas mensagens contraditórias e desinformação têm dificultado os esforços para conter o avanço do vírus.
O secretário de Saúde dos EUA visitou a região afetada para se reunir com famílias enlutadas, mas sua postura anterior contra vacinas gerou críticas de especialistas, que acusam a administração de não adotar medidas mais assertivas. Enquanto isso, hospitais locais relatam casos de toxicidade por vitamina A em crianças não vacinadas, após pais adotarem tratamentos alternativos sem orientação médica. O Centro de Controle de Doenças (CDC) reforçou a importância de buscar atendimento profissional ao primeiro sinal de sintomas, mas evitou fazer um apelo direto pela vacinação, desviando-se do discurso tradicional de saúde pública.
Especialistas alertam que, sem uma campanha mais vigorosa de imunização, o surto pode persistir por meses ou até um ano, ameaçando o status dos EUA como país que havia eliminado o sarampo. A doença, altamente contagiosa, pode sobreviver no ar por até duas horas e infectar nove em cada dez pessoas não imunizadas expostas ao vírus. Com taxas de vacinação infantil em declínio nacionalmente, autoridades pedem maior clareza nas comunicações para evitar mais mortes evitáveis.