O Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA (HHS) demitiu milhares de funcionários em 1º de abril, reduzindo seu quadro de 82 mil para 62 mil empregados. A reestruturação, anunciada como uma “Transformação para Tornar a América Saudável Novamente”, eliminou divisões inteiras, incluindo equipes que supervisionavam a segurança alimentar, programas de assistência a idosos e pessoas com deficiência, e auxílio a famílias de baixa renda. Funcionários foram surpreendidos pela forma abrupta das demissões, que ocorreram por e-mail, mensagens ou até mesmo pela desativação de crachás de acesso. O secretário do HHS afirmou que a medida reduzirá a burocracia e os custos, mas especialistas alertam para os riscos à saúde pública.
Entre os cortes mais impactantes estão equipes dedicadas à prevenção de HIV, pesquisas sobre doenças infecciosas e programas de assistência a comunidades vulneráveis. Verbas de auxílio relacionadas à COVID-19, no valor de US$ 11,4 bilhões, também foram canceladas, afetando serviços essenciais em nível estadual e local. Organizações que dependiam desses recursos, como linhas de apoio à saúde mental, já começaram a fechar. Além disso, líderes de agências importantes, como o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, foram afastados, levantando preocupações sobre a capacidade de resposta do país a futuras crises sanitárias.
A reestruturação também atingiu programas de segurança alimentar, um setor que já enfrentava desafios antes dos cortes. Especialistas temem que a redução de pessoal prejudique a fiscalização e a implementação de regulamentos, aumentando riscos à população. Serviços que garantiam a independência de idosos e pessoas com deficiências foram desmantelados, deixando comunidades sem suporte essencial. Com o enxugamento radical de equipes e verbas, analistas preveem que os efeitos negativos dessas medidas podem perdurar por anos, afetando especialmente os grupos mais vulneráveis.