Nos conselhos executivos, a discussão sobre os custos jurídicos é frequente, mas pouco se fala sobre o valor real do departamento jurídico para as empresas. A ausência de métricas objetivas dificulta a avaliação desse impacto, mesmo que o setor seja crucial para evitar litígios, multas e riscos operacionais. Para mudar essa percepção, é essencial adotar indicadores que traduzam a atuação preventiva e estratégica do jurídico em dados tangíveis, como contingências evitadas, economia em negociações e agilidade em processos comerciais.
Um erro comum é centralizar os custos jurídicos no departamento, mesmo quando as falhas originam-se em outras áreas, distorcendo a percepção de eficiência. A solução passa pela separação estruturada dos centros de custo, atribuindo as demandas às suas verdadeiras fontes. Isso permite identificar quais setores mais geram passivos, otimizar a prevenção e fortalecer a governança corporativa, reposicionando o jurídico como um aliado estratégico e não apenas um “centro de gastos”.
Sem uma avaliação clara de seu valor, o departamento jurídico corre o risco de ser subdimensionado ou responsabilizado por problemas alheios. A mudança de narrativa exige que o setor vá além da defesa técnica, assumindo um papel protagonista na construção de métricas que comprovem seu impacto. Quando bem mensurado, o jurídico se revela não como um custo, mas como um pilar essencial para a sustentabilidade e o crescimento do negócio.