Um magistrado aposentado de 67 anos, que atuou por 23 anos no Tribunal de Justiça de São Paulo, está sendo investigado por suposta falsidade ideológica e uso de documento falso. Segundo o Ministério Público, o juiz, que se identificava com um nome de suposta origem nobre britânica, na verdade se chamaria José Eduardo Franco dos Reis. A investigação começou após uma tentativa de emissão de um novo RG, quando o sistema de identificação detectou coincidências nas impressões digitais que apontavam para uma possível duplicidade de identidade.
Durante depoimento à Polícia Civil em dezembro de 2024, o investigado afirmou que o nome sob o qual atuou na magistratura pertencia a um suposto irmão gêmeo, dado para adoção na infância. No entanto, a polícia e o MP consideraram a versão inconsistente, especialmente após descobrirem que os registros civis das duas identidades compartilhavam o mesmo número de certidão, mas com dados divergentes. Três dias após o depoimento, o magistrado se mudou do endereço conhecido, e seu paradeiro atual é desconhecido.
O Tribunal de Justiça de São Paulo suspendeu administrativamente todos os pagamentos ao juiz aposentado até nova ordem. O caso, que tramita em segredo de justiça, aguarda a citação do réu para que ele possa apresentar sua defesa. Investigadores também apuraram transações imobiliárias envolvendo parentes do magistrado, mas não há indícios de irregularidades nessas operações. A situação expõe questões sobre a fiscalização de identidades dentro do sistema judiciário.