Em meio ao Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, a história de uma mãe e seu filho autista de 18 anos ilustra os desafios enfrentados por famílias nessa situação. O jovem, que possui autismo nível 3 e deficiência intelectual, teve uma crise recente que resultou em violência e destruição dentro de casa. A mãe, desesperada, acionou a polícia e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não recebeu auxílio imediato, deixando-a em situação de vulnerabilidade. O caso expõe a falta de suporte adequado para pessoas com autismo e suas famílias, que muitas vezes precisam lidar sozinhas com crises e custos elevados de tratamento.
A família enfrenta dificuldades financeiras para arcar com terapias, medicamentos e cuidadores, gastando cerca de R$ 8 mil mensais. Apesar de contar com o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e descontos em contas de energia, os recursos são insuficientes. A mãe também relata problemas com o plano de saúde, que deixou de cobrir um tratamento essencial após mudanças na clínica conveniada. Sem alternativas, ela precisou internar o filho em uma clínica particular, custeando do próprio bolso e com ajuda de amigos, mas a situação permanece incerta após o término dos dias pagos.
O caso chegou à Justiça, com pedidos para que o plano de saúde assuma os custos do tratamento, mas uma decisão inicial negou o reembolso imediato. Enquanto isso, o Samu e a polícia alegaram seguir protocolos, afirmando que o atendimento deveria ser feito pelo serviço especializado. A situação revela a necessidade de políticas públicas mais eficazes e suporte adequado para famílias de pessoas com autismo, que muitas vezes se sentem abandonadas pelo poder público e pelas operadoras de saúde.