O povo Rikbaktsa, habitante da bacia do Rio Juruena no noroeste do Mato Grosso, enfrenta desafios para preservar sua cultura e território diante do avanço do agronegócio e da exploração madeireira. Lideranças como o cacique Ademir Rikbakta destacam a importância de transmitir tradições, como danças, língua materna e artesanato, às novas gerações. Apesar dos esforços, a comunidade sofre com a escassez de caça, peixes e polinizadores, além da contaminação de rios por agrotóxicos, resultado do cerco de lavouras de soja e milho em torno de suas terras indígenas.
A resistência cultural inclui iniciativas educacionais, como aulas semanais sobre práticas tradicionais nas escolas locais. No entanto, a falta de materiais pedagógicos específicos e o desuso da língua Rikbaktsa entre as famílias dificultam o ensino. Professores como Givanildo Bismy e Gesilene Aikdopa buscam valorizar a literatura e a história indígenas, incentivando os jovens a defenderem sua identidade, mesmo que optem por estudar fora das aldeias.
Jovens como Rogerderson Natsitsabui simbolizam a esperança de um futuro que una conhecimento acadêmico e raízes culturais. Com o sonho de cursar direito para advogar em defesa de seu povo, ele reforça que a modernidade não anula a identidade indígena. A luta dos Rikbaktsa, marcada por séculos de resistência, continua a desafiar estereótipos e a buscar equilíbrio entre tradição e os impactos do mundo exterior.