O povo Rikbaktsa, habitante da bacia do Rio Juruena no noroeste do Mato Grosso, enfrenta desafios para preservar sua cultura e território diante do avanço do agronegócio. Lideranças como o cacique Ademir Rikbakta destacam a importância de transmitir tradições, como danças, língua materna e artesanato, às novas gerações. No entanto, a proximidade de lavouras de soja e milho reduziu a disponibilidade de caça, peixes e polinizadores, além de contaminar rios com agrotóxicos, ameaçando a subsistência tradicional.
A resistência cultural inclui iniciativas educacionais, como aulas semanais sobre língua e costumes Rikbaktsa em escolas indígenas. Professores como Givanildo Bismy e Gesilene Aikdopa buscam fortalecer a identidade do povo, mas enfrentam a escassez de materiais pedagógicos específicos e o declínio do uso da língua materna entre as famílias. Apesar disso, há esperança de que jovens formados fora das aldeias, como Rogerderson Natsitsabui, que sonha em cursar direito, retornem para defender sua comunidade.
Historicamente, os Rikbaktsa sofreram com a perda populacional e territorial durante a “pacificação” liderada por jesuítas nos anos 1960, que suprimiu sua língua e costumes. Hoje, mesmo com a população em recuperação, a disputa por terras contra madeireiros e garimpeiros persiste. Para o cacique Ademir, a identidade indígena é inquebrantável: “A gente nunca irá deixar de ser indígena”, afirma, reforçando a determinação de seu povo em manter viva sua cultura.