O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou apoio à Dinamarca em relação à questão da possível anexação da Groenlândia pelos Estados Unidos. Em telefonema com a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, Lula reafirmou solidariedade ao país europeu, que já negou publicamente o interesse do governo americano em incorporar o território autônomo. Líderes groenlandeses também rejeitaram a ideia, destacando a busca por soberania, embora mantenham dependência financeira da Dinamarca. A Groenlândia, de grande importância geoestratégica e rica em recursos naturais, abriga uma base militar dos EUA desde 1951.
Além do tema da Groenlândia, Lula e Frederiksen discutiram a defesa do multilateralismo e do livre comércio, criticando as recentes alterações tarifárias promovidas pelos Estados Unidos. Ambos concordaram em trabalhar conjuntamente para finalizar o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, em negociação há mais de duas décadas. O Brasil assumirá a presidência do Mercosul no segundo semestre, enquanto a Dinamarca ocupará a presidência rotativa do Conselho da UE, facilitando a cooperação entre os blocos.
Lula convidou a primeira-ministra dinamarquesa para visitar o Brasil no segundo semestre, com ocasiões marcadas pela 30ª Conferência da ONU sobre Mudança do Clima, em Belém, e pela Cúpula Brasil-União Europeia. O diálogo reforçou os laços bilaterais e a defesa de uma ordem internacional baseada em cooperação, em contraste com medidas unilaterais recentes.