O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira, 22, que o Brasil não deseja uma nova guerra fria nem ser forçado a escolher entre Estados Unidos e China, em meio às tensões comerciais provocadas por medidas protecionistas. Em declaração à imprensa ao lado do presidente chileno Gabriel Boric, Lula destacou que o país busca manter relações equilibradas com ambas as potências, priorizando os interesses comerciais dos empresários brasileiros. “Eu quero vender e comprar”, ressaltou, enfatizando a necessidade de diversificar parcerias para evitar o prolongamento da pobreza no país.
Lula defendeu o multilateralismo como caminho para equilibrar as relações políticas e comerciais, criticando as tarifas impostas pelos EUA a produtos brasileiros. Para ele, a negociação é essencial, mesmo que desafiadora, pois apenas a cooperação global pode garantir estabilidade. “Não agrada ao Brasil essa disputa estabelecida”, disse, referindo-se às medidas do governo anterior norte-americano. O presidente também reforçou a importância de fortalecer laços regionais, como os com o Chile, para enfrentar incertezas econômicas globais.
O presidente chileno Gabriel Boric, em visita oficial ao Brasil, concordou com a posição de Lula, condenando guerras comerciais e destacando a importância da democracia, liberdade de comércio e multilateralismo. “Em um cenário de incerteza, é crucial reafirmar nossos vínculos e trabalhar juntos”, declarou Boric. A reunião entre os dois líderes reforçou o alinhamento da América do Sul em defesa de princípios comuns, buscando benefícios mútuos para suas populações.