O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou preocupação com os efeitos econômicos da escalada nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China, classificando o conflito como uma “briga pessoal”. Durante a Cúpula da Celac, em Honduras, Lula destacou que as medidas unilaterais do governo norte-americano podem ter consequências devastadoras, inclusive para a própria economia dos EUA. Ele também mencionou que o Brasil está monitorando as negociações e preparado para responder com reciprocidade caso seja afetado pelas tarifas.
Lula criticou o unilateralismo dos Estados Unidos, argumentando que acordos isolados enfraquecem o sistema multilateral de comércio. O presidente ressaltou a importância de evitar a hegemonia de um único país em áreas como economia, tecnologia e cultura, defendendo um equilíbrio nas relações internacionais. Além disso, afirmou que o Brasil não descarta recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) para resolver disputas comerciais, caso necessário.
O governo brasileiro já iniciou contatos com representantes diplomáticos dos EUA para discutir as tarifas, que atualmente mantêm uma taxa de 10% sobre importações do Brasil, com prazo de 90 dias para negociações bilaterais. Lula reforçou que o país defenderá seus interesses com “dignidade e soberania”, seja por meio de diálogo ou de medidas equivalentes às imposições comerciais.