O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa da cúpula da Celac em Honduras com o objetivo de reposicionar o Brasil como uma liderança diplomática na região, diante da crescente influência dos Estados Unidos sob a administração de Donald Trump. O plano inclui propor uma agenda de integração regional e analisar o cenário geopolítico, em resposta à fragmentação política na América Latina e às recentes tensões comerciais com Washington. Entre as prioridades brasileiras está a defesa de uma candidatura latino-americana para a Secretaria-Geral da ONU em 2026, além de buscar maior equilíbrio na Comissão Interamericana de Direitos Humanos e fortalecer coalizões contra a fome e pela Amazônia.
A Celac, no entanto, enfrenta desafios internos que ameaçam sua unidade, como a postura do governo argentino, que tem bloqueado consensos no bloco ao se alinhar fortemente aos Estados Unidos. A possível participação do presidente venezuelano também é um ponto sensível, capaz de polarizar o encontro. Esses fatores testam a capacidade de Lula de mediar conflitos e exercer influência em um cenário regional marcado por divisões ideológicas e pressões externas.
Enquanto isso, as tensões comerciais com os Estados Unidos se intensificam, com o Congresso brasileiro aprovando medidas de retaliação às tarifas impostas por Trump. Apesar disso, setores do governo defendem o diálogo como solução preferencial, buscando negociações para evitar uma escalada do conflito. A cúpula da Celac surge, assim, como um momento crucial para o Brasil reafirmar seu papel na região, mesmo em um contexto de incertezas e disputas globais.