A demanda por galpões logísticos no Brasil segue em alta, impulsionada pelo e-commerce e pela baixa vacância, que hoje ronda os 8%. No entanto, a oferta de novos empreendimentos enfrenta obstáculos, como os altos custos do crédito e entraves regulatórios, que dificultam a viabilidade de projetos mesmo em regiões com potencial de expansão. Gestores destacam que as taxas de juros elevadas, como o CDI a 15%, tornam os investimentos menos atrativos, enquanto a burocracia no licenciamento ambiental e nos alvarás dos bombeiros atrasa a entrega de projetos.
Diante desse cenário, muitos fundos imobiliários têm buscado diversificação geográfica, focando em regiões fora do eixo São Paulo-Rio, como Nordeste e Espírito Santo. Cidades como Recife, Salvador e Vitória ganham destaque por oferecerem terrenos mais baratos e demanda crescente, com grandes players como o Mercado Livre já ocupando espaços em novos polos. No entanto, áreas como o Norte do país ainda enfrentam resistência devido à baixa liquidez e infraestrutura limitada, embora Manaus comece a chamar a atenção após avanços na reforma tributária.
Enquanto isso, o mercado secundário—incluindo capitais como Belo Horizonte e Porto Alegre—vive uma valorização acelerada, impulsionada pela chegada tardia de grandes operadores de e-commerce e varejo. O entorno de Itajaí (SC) também se destaca pela localização estratégica no Sul. Apesar dos desafios macroeconômicos, o setor mantém dinamismo, com aluguéis em alta e oportunidades emergentes, ainda que a liquidez e os juros continuem sendo entraves significativos para uma expansão mais robusta.