A órbita da Terra está cada vez mais congestionada por detritos espaciais, com mais de 130 milhões de fragmentos ameaçando satélites essenciais para serviços como GPS, telecomunicações e monitoramento climático. Colisões, como a que danificou o satélite Copernicus Sentinel-1A, destacam os riscos: mesmo objetos milimétricos podem causar estragos, e o efeito Kessler — uma reação em cadeia de colisões — pode tornar órbitas inteiras inutilizáveis. A Agência Espacial Europeia (ESA) alerta que a perda de satélites comprometeria a capacidade de prever e mitigar desastres naturais e mudanças climáticas.
A proliferação de lançamentos comerciais agrava o problema, aumentando o volume de lixo espacial. Atualmente, satélites precisam realizar manobras evasivas constantes, e a Estação Espacial Internacional também está em risco. Em resposta, a ESA lidera iniciativas como o “Compromisso de Lixo Zero”, assinado por 17 países, e planeja missões como a ClearSpace-1, que usará braços robóticos para remover detritos em 2028. Outras propostas incluem redes de captura, reentrada controlada de satélites obsoletos e até “assistência rodoviária” espacial para reparar equipamentos.
A longo prazo, a solução pode estar em uma “economia circular” no espaço, com reutilização e reciclagem de componentes. Enquanto isso, a comunidade internacional busca protocolos para evitar novos detritos, como a desativação segura de tecnologias obsoletas. O desafio é urgente: sem ação, serviços críticos e a capacidade de monitorar o clima global podem ser severamente afetados, com consequências imprevisíveis para o planeta.