Um dia após a Universidade de Harvard entrar com um processo judicial contra o governo federal pelo congelamento de US$ 2,2 bilhões em fundos de pesquisa, mais de 180 líderes acadêmicos dos Estados Unidos assinaram uma declaração conjunta contra a crescente interferência política nas instituições de ensino superior. O documento, organizado pela Associação Americana de Faculdades e Universidades, foi assinado por reitores de diversas instituições, incluindo universidades públicas e privadas, que alertam para os riscos à autonomia e à integridade do sistema acadêmico.
A manifestação foi motivada pela decisão do governo de congelar verbas federais vinculadas a exigências como auditorias de plágio e a imposição de supervisores externos para garantir “diversidade de pontos de vista” nos departamentos. Harvard recusou-se a cumprir as condições, levando ao bloqueio dos recursos. Os signatários argumentam que tais medidas representam uma tentativa de cercear a liberdade acadêmica e pressionar mudanças na governança das universidades.
A tensão entre o meio acadêmico e o governo federal tem se intensificado devido a condicionamentos políticos no acesso a financiamento, incluindo revisões de currículos e restrições a programas de inclusão. Segundo os líderes educacionais, essas ações ameaçam o papel central das universidades em promover o pensamento crítico e o debate livre, fundamentais para a educação superior.