O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, criticou deputados de partidos da base governista que assinaram um requerimento de urgência para votação de um projeto que prevê anistia a condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023. Das 262 assinaturas coletadas, 56% vieram de partidos aliados, como União Brasil, Progressistas, Republicanos, PSD e MDB. O parlamentar afirmou que o governo não deve aceitar apoio de quem defende “anistiar quem tentou matar o presidente Lula” e acusou os signatários de se associarem a um “projeto criminoso” de rasgar a Constituição.
Apesar do pedido de urgência, o líder petista e a ministra Gleisi Hoffmann (PT) duvidam que o projeto seja pautado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta. Ambos destacaram que a obtenção de assinaturas não garante a votação, e Motta teria prometido não priorizar requerimentos de urgência, valorizando o trâmite regular nas comissões. A ministra também afirmou confiar na palavra do presidente da Casa, que busca uma solução negociada entre os Poderes para resolver o impasse.
O impasse reflete tensões dentro da base governista, com partidos aliados divididos sobre o tema. Enquanto o PT e setores do governo rejeitam a proposta, parte da bancada pressiona por sua votação, evidenciando divergências estratégicas. A situação também coloca em xeque a capacidade de articulação do governo em temas sensíveis, ainda que a liderança petista minimize o impacto imediato do requerimento.