O líder do PL na Câmara dos Deputados emitiu um ultimato ao presidente da Casa, exigindo a inclusão do requerimento de urgência para votação do projeto de anistia aos condenados pelo 8 de janeiro na pauta do colégio de líderes. Durante a sessão, o parlamentar afirmou que o partido foi um dos primeiros aliados na eleição do atual presidente da Câmara e que, caso o pedido não seja atendido, interpretará o gesto como desrespeito político. O projeto, que já conta com 264 assinaturas, foi protocolado em abril, mas o presidente da Casa priorizou outras matérias, como a isenção do IR para rendas de até R$ 5 mil.
O presidente da Câmara argumentou que, diante do cenário internacional conturbado, não seria oportuno criar mais crises institucionais no Brasil. Enquanto isso, o líder do PL destacou que o partido respeitou prazos e solicitações, mas que “tudo na política tem limite”. Na noite anterior, o presidente da República se reuniu com líderes partidários em um jantar, onde o tema da anistia ficou em segundo plano. O chefe do Executivo já se manifestou contra a proposta, argumentando que não há sentido em conceder perdão a quem ainda não foi condenado.
A disputa reflete tensões entre o PL e o governo, com o partido ameaçando romper a relação política caso o requerimento não seja pautado. O líder da bancada classificou o projeto como “humanitário” e acusou o presidente da Câmara de privilegiar o governo. A situação pode levar a um impasse institucional, dependendo da decisão tomada na reunião do colégio de líderes marcada para o dia seguinte.