O Partido Liberal, liderado pelo primeiro-ministro Mark Carney, conquistou uma vitória surpreendente nas eleições canadenses, revertendo uma vantagem antes considerada intransponível pelos conservadores. A campanha de Carney focou fortemente nos ataques do presidente dos EUA ao Canadá, incluindo provocações sobre anexar o país como um estado americano. Em seu discurso de vitória, Carney afirmou que defenderá a soberania nacional e os recursos canadenses, prometendo resistir às pressões do governo vizinho.
A eleição ocorreu em um contexto de insatisfação com a economia e após quase uma década de governo liberal sob Justin Trudeau, que renunciou sob pressão interna. A estratégia de Carney, um economista e ex-banqueiro central, foi enfrentar diretamente o que seu partido chamou de “ameaça real” representada pelas políticas do líder americano. Apesar das tensões, Carney prometeu negociar acordos comerciais para evitar tarifas que poderiam prejudicar as exportações canadenses, essenciais para a economia do país.
O resultado das eleições frustrou expectativas de uma onda conservadora global, que poderia ter sido simbolizada pela vitória do Partido Conservador canadense, alinhado em parte com a retórica do presidente americano. Analistas destacam que a insistência do líder dos EUA em criticar o Canadá pode ter fortalecido o apelo de Carney, unindo eleitores em torno da defesa da soberania nacional. Enquanto isso, o governo liberal sinaliza uma aproximação maior com a Europa, indicando possíveis mudanças na política externa canadense.