O governo do Pará realizou nesta sexta-feira (11.abr.2025) o leilão para concessão dos serviços de água e esgoto em 99 dos 144 municípios do Estado, incluindo Belém. O processo, estruturado pelo BNDES e realizado na B3, concedeu 3 dos 4 blocos previstos, com investimentos estimados em R$ 15,2 bilhões. O bloco C, que inclui Santarém, não recebeu propostas, deixando o futuro do saneamento nessas cidades indefinido.
O bloco A, considerado o mais atrativo, foi arrematado pela Aegea Saneamento, que ofereceu R$ 1,168 bilhão (ágio de 12%) para operar em Belém, Ananindeua e Marituba. O contrato exige universalização dos serviços até 2033, cinco anos antes do prazo dos demais blocos. Já os blocos B e D também foram vencidos pela Aegea, com ágios de 650% e 250%, respectivamente, destacando a disputa acirrada no bloco B, onde a ServPred apresentou uma proposta concorrente.
Especialistas apontam que a baixa competitividade em alguns blocos reflete os desafios do saneamento no Pará, onde apenas 51,1% da população tem acesso à água tratada e 8,5% à coleta de esgoto. A densidade populacional reduzida e a renda média mais baixa foram citadas como fatores que dificultam o retorno do investimento. O mercado, embora aquecido, está mais seletivo, com projetos desafiadores em regiões menos atraentes para o setor privado.