No Brasil, a legislação estabelece que um produto só pode ser chamado de chocolate se contiver, no mínimo, 25% de cacau em sua composição. Diante do cenário atual, em que os preços do cacau dispararam 190% em dois anos, a indústria tem lançado alternativas mais baratas, como produtos com “sabor chocolate”, que não atendem aos requisitos mínimos e possuem uma quantidade significativamente menor do ingrediente principal. A engenheira de alimentos Luciana Monteiro destaca a importância de verificar a embalagem e a lista de ingredientes, que por lei devem ser listados em ordem decrescente de quantidade, para identificar se o produto é realmente chocolate ou uma versão com menor qualidade.
O aumento nos preços do cacau tem impactado diretamente o mercado de chocolates, especialmente em períodos como a Páscoa, com estimativas de queda nas vendas em 2025. A crise global do cacau elevou os custos de produção, levando as empresas a buscarem alternativas que, embora mais acessíveis, nem sempre atendem aos padrões de qualidade esperados pelos consumidores. A leitura atenta das embalagens torna-se essencial para evitar enganos, já que produtos com “sabor chocolate” muitas vezes priorizam o açúcar como ingrediente principal.
O podcast “O Assunto” abordou o tema em detalhes, reforçando a necessidade de transparência na indústria alimentícia e a conscientização dos consumidores. Com a alta dos preços, a tendência é que produtos de menor qualidade ganhem espaço no mercado, mas a legislação brasileira continua sendo um parâmetro importante para garantir que o chocolate autêntico seja diferenciado de suas versões alternativas. A situação reforça a importância de políticas que equilibrem a sustentabilidade do setor e o acesso a produtos de qualidade.