Ronan Tito de Almeida (1931–2025) foi um dos nomes mais influentes na política brasileira durante a redemocratização. Nascido em Pratinha (MG), começou como cobrador de ônibus e caminhoneiro, trajetória que reforçou seu compromisso com as causas sociais. Eleito deputado federal em 1978 e senador em 1986, destacou-se como líder do PMDB (atual MDB) e foi peça-chave na Assembleia Nacional Constituinte, onde defendeu justiça social e direitos humanos. Sua atuação foi marcada por alertas sobre a crise econômica e a necessidade de um pacto nacional para conter a hiperinflação nos anos 1980.
Sua principal contribuição legislativa foi a autoria do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), aprovado por unanimidade em 1990 e reconhecido pela ONU como modelo global. O ECA consolidou a proteção integral a jovens, alinhando o Brasil às convenções internacionais. Tito também participou da elaboração do Código de Defesa do Consumidor, reforçando direitos fundamentais pós-Constituição de 1988. Sua defesa intransigente da democracia e críticas à passividade institucional durante a transição democrática ecoaram no Congresso.
Após deixar o Senado em 1995, Tito encerrou sua carreira parlamentar com homenagens de colegas, que destacaram sua integridade e humor. Em seu último discurso, agradeceu a servidores e colegas, reforçando seu legado como um político que “nada tinha do que se envergonhar”. Sua trajetória, dedicada aos mais vulneráveis e à justiça social, permanece como referência na história brasileira.