Um laudo pericial apontou que os veículos onde estavam cinco jovens mortos durante uma ação policial em João Pessoa foram atingidos por mais de 90 tiros, quase todos disparados de fora para dentro. A Polícia Militar alegou que houve confronto, mas familiares das vítimas contestam a versão, afirmando que testemunhas relataram abordagens violentas antes das mortes. O documento também criticou a ausência de perícia no local do incidente, já que os carros foram removidos pelos policiais antes da análise, levantando dúvidas sobre a preservação de provas.
O Ministério Público da Paraíba instaurou um procedimento para acompanhar as investigações, enquanto promotores destacaram a necessidade de maior transparência em operações policiais. Os jovens, que incluíam três adolescentes, teriam saído para vingar o feminicídio da mãe de um deles, segundo a polícia, mas familiares negam envolvimento com crimes. Os corpos chegaram ao hospital com múltiplos ferimentos por arma de fogo, todos já sem vida.
Autoridades divergem sobre o caso: o secretário de Segurança Pública afirmou que os policiais agiram em legítima defesa, enquanto defensores das vítimas questionam a conduta dos agentes. O advogado dos policiais negou ilegalidades, alegando que os jovens resistiram à prisão. O caso, que ainda está sob investigação, reacendeu debates sobre o uso da força e a apuração de mortes em operações policiais no estado.