O Kremlin anunciou neste sábado (19) uma trégua de Páscoa no conflito com a Ucrânia, com duração prevista de 30 horas, a partir das 18h (horário de Moscou). O governo russo afirmou esperar que a Ucrânia siga o exemplo, suspendendo as hostilidades no mesmo período. Paralelamente, o Ministério da Defesa da Rússia informou sobre a troca de 246 prisioneiros de guerra, incluindo 31 ucranianos feridos, em um gesto classificado como “de boa vontade”. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, celebrou o retorno dos militares, agradecendo especialmente aos Emirados Árabes Unidos pela mediação.
A reação da Ucrânia foi cautelosa. Zelensky destacou que alertas de ataques aéreos continuam ativos no país, citando o uso de drones Shahed como um sinal de desrespeito à trégua. Ele também afirmou que as forças ucranianas mantêm posições em regiões russas, expandindo sua zona de controle. Enquanto isso, o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou a interrupção das ações militares durante o período, mas alertou que as tropas estarão prontas para reagir a eventuais provocações.
Os Estados Unidos, até o momento, não se manifestaram sobre o anúncio. Anteriormente, o governo americano havia sugerido um cessar-fogo de 30 dias, mas a Rússia impôs condições para aceitá-lo. Analistas lembram que esta não é a primeira vez que Moscou declara uma trégua temporária, citando o fracasso de uma pausa semelhante durante o conflito em Bakhmut, em 2023. A Ucrânia, por sua vez, mantém-se desconfiada, sem sinais de que irá suspender suas operações abruptamente.